No final de Outubro de 1957 ocorreu um evento que iria mudar o mundo. A União Soviética lançou com sucesso o primeiro satélite na órbita da Terra. Chamado “Sputnik 1”, ele chocou o planeta – especialmente os Estados Unidos, que tinha seu próprio programa de lançamento de satélites, mas ainda não havia lançado.
Este evento levou diretamente à criação da ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, devido a uma reconhecida necessidade de uma organização que possa pesquisar e desenvolver idéias e tecnologia avançada para além das necessidades identificadas atualmente. Talvez o seu mais famoso projeto (certamente o mais amplamente utilizado) foi a criação da Internet.
Em 1960, o psicólogo e cientista de computação Joseph Licklider publicou um documento entitulado “Relação Homem-Computador”, que articulava a idéia de computadores em rede fornecendo armazenamento e consulta de informações. Em 1962, ao mesmo tempo em que trabalhava para a ARPA como o chefe do escritório de processamento de informação, ele formou um grupo para futuramente fazer pesquisas com computadores, mas deixou o grupo antes que qualquer trabalho sobre a idéia tenha sido feito.
O plano para esta rede de computadores (chamada “ARPANET”) foi apresentado em Outubro de 1967, e em Dezembro de 1969 a primeira rede de quatro computadores estava pronta e funcionando. O grande problema em criar uma rede era como conectar redes físicas separadas sem que as ligações aumentem os recursos de rede para links constantes. A técnica que solucionou este problema é conhecida como troca de pacotes e envolve requisições de dados sendo divididos em pequenos pedados (“pacotes”), que podem ser processados rapidamente sem bloquear a comunicação de outras partes – este princípio ainda é usado para o funcionamento da Internet hoje.
Este conceito recebeu grande adoção, com o surgimento de várias outras redes usado a mesma técnica de troca de pacotes – por exemplo, X.25 (desenvolvida pela União Internacional de Telecomunicações) formou as bases da primeira rede universitária do Reino Unido JANET (Conjunto de rede acadêmica),permitindo todas as universidades britânicas a enviarem e receberem arquivos e emails, e a rede pública americana CompuServe (um empreendimento comercial permitindo pequenas empresas e indivíduos a acessarem recursos computacionais por um tempo compartilhado, e depois acesso à Internet). Estas redes apesar de terem muitas conexões, foram mais redes privadas que a Internet de hoje.
A proliferação de diferentes protocolos de rede logo se tornou um problema, quando se tentava fazer todas as redes separadas se comunicarem. Havia uma solução à vista, no entanto – Robert Kahn, enquanto trabalhava em um projeto de pacotes de rede de satélite para a ARPA, começou a definir algumas regras para uma arquitetura de rede mais aberta para substituir o protocolo atual usado na ARPANET. Depois, com a chegada de Vinton Cerf da Universidade de Stanford, os dois criaram um sistema que mascara a diferença entre os protocolos de rede usando um novo padrão. Na publicação do rascunho da especificação em Dezembro de 1974, eles o chamaram de “Internet Transmission Control Program” (“Programa de Controle de Transmissão Entreredes”).
Esta especificação reduziu o papel da rede e moveu a responsabilidade de manter a integridade da transmissão para o computador servidor. O resultado final disto foi que ela tornou possível acessar com facilidade quase todas as redes simultaneamente. A ARPA financiou o desenvolvimento do software, e em 1977 foi conduzida uma demonstração de uma comunicação entre três redes diferentes. Em 1981, a especificação foi finalizada, publicada e adotada; e em 1982 as conexões da ARPANET para fora dos EUA foram convertidas para usar o novo protocolo “TCP/IP”. Foi a chegada da Internet como nós conhecemos.
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A “guerra dos navegadores”
A popularização da web trouxe interesses comerciais. Marc Andreessen deixou a NCSA e junto com Jim Clark fundou a Mosaic Communications, depois renomeada para Netscape Communications Corporation, e começou a trabalhar no que viria a ser o Netscape Navigator. A versão 1.0 do software foi lançada em Dezembro de 1994.
A Spyglass Inc. (o braço comercial da NCSA) licenciou sua tecnologia do Mosaic para a Microsoft formar a base do Internet Explorer. A versão 1.0 foi lançada em Agosto de 1995.
Em uma rápida escalada, a Netscape e a Microsoft tentaram cada qual obter uma margem competitiva em termos de recursos suportados, a fim de atrair desenvolvedores. Isto ficou reconhecida como a “guerra dos navegadores”. A Opera manteve uma pequena mas constante presença durante este período, e tentou inovar e suportar os padrões web dentro do possível naqueles tempos.
A chegada dos padrões web
Durante a guerra dos navegadores, Microsoft e Netscape estiveram focadas em implementar novas funções em vez de consertar os problemas com as funções já suportadas, e adicionaram funções proprietárias e criaram funções que competiam diretamente com funções existentes no outro navegador, mas implementadas de uma forma incompatível.
A esta altura, os desenvolvedores eram forçados a lidar com o crescente aumento do nível de confusão enquanto tentavam criar web sites, as vezes chegando ao ponto de construir dois sites diferentes para os navegadores principais, e outras vezes escolhendo suportar apenas um navegador, e bloqueando os outros de usarem seus sites. Esta era uma maneira terrível de trabalhar, e o recuo dos desenvolvedores não foi muito longe.
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